domingo, 7 de agosto de 2011

Gripes e resfriados: quando é preciso dar uma pausa nas atividades físicas

O corredor, do experiente ao iniciante, sabe que a prática muito intensa da atividade física pode afetar o sistema imunológico, o mecanismo de defesa do corpo humano contra microorganismos invasores. Nesse caso, o prejuízo para o esportista pode ser depulo. Isso porque, além da possibilidade de ficar mais suscetível a gripes, resfriados e outras doenças infecciosas, o paciente que não fizer o repouso adequado pode ter sua recuperação retardada. Por isso, é importante saber o momento certo em que deve se dar uma pausa nos treinos, diz a médica e pesquisadora Paola Machado.

“O consenso da Sociedade internacional de Imunologia do Exercício, publicado neste ano, recomenda que o exercício deve ser interrompido se a pessoa apresentar sinais de infecções como febre, mal estar e dores de cabeça. Além disso, nesse caso deve-se procurar um médico e só retornar ao treinamento após alguns dias de recuperação”.


Além do descanso adequado, a orientação de um nutricionista pode ser importante para que o corredor evite esses problemas, sendo necessária uma dieta adequada antes, durante e após a atividade física. Para facilitar este trabalho, deve-se aumentar a ingestão de antioxidantes, como frutas e verduras, indica a nutricionista Cristiane Perroni.

“O indicado é consumir muita castanha-do-pará, ingerindo de duas a quatro unidades por dia, assim como uma colher de farinha de linhaça dourada. Elas têm selênio e outros antioxidantes, que fortalecem o sistema imunológico. A vitamina C também é um antioxidante, e alimentos como laranja, limão, brócolis contribuem para a melhora do sistema imunológico”.

Esta baixa imunológica, no entanto, acontece geralmente em treinos de longa duração. De acordo com Paola, os exercícios com duração superior a 90 minutos costumam ser os mais prejudiciais.

“Estudos mostram que exercícios moderados melhoram a atividade do nosso sistema de defesa. Já exercícios intensos, de longa duração e alta intensidade, podem ser prejudiciais para o sistema imune, pois durante uma maratona, por exemplo, há liberação de hormônios que pioram a imunidade”, explica.

Estudo busca resultados do efeito do exercício na altitude

Para produzir um maior volume de informações sobre o tema, Paola, em conjunto com o CEPE (Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício), vai produzir um estudo com o objetivo de avaliar os efeitos do exercício agudo sobre a resposta imune a 4.100 metros de altitude. Isto é: enquanto já é de conhecimento geral que a prática muito intensa de atividades físicas ao nível do mar pode refletir negativamente no sistema imunológico, este efeito ainda é relativamente desconhecido na altitude.

Assim, dois grupos de voluntários serão submetidos ao exercício agudo. Um deles ao nível do mar e o outro a 4.100m de altitude. Isso até a exaustão voluntária ou, no máximo, 60 minutos por parte de cada pessoa. Enquanto a resposta, programada para ser divulgada ao final do ano, não sai, a especialista fala sobre a expectativa em torno do resultado.

“Esperamos que ocorra em altitude a redução da atividade do sistema imunológico e isto seja maior quando comparado a nível do mar”, diz a médica, Mestranda da Universidade Federal de São Paulo e aluna do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício

Nenhum comentário:

Postar um comentário