sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Nanotecnologia pode auxiliar no diagnóstico e tratamento de pacientes


   
Durante o congresso organizado pela Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise (SBMM) com chancela da International Federation of Societies for Microscopy (IFSM), pesquisadores nacionais e internacionais discutiram a aplicação da nanotecnologia em diversas áreas, por exemplo, engenharia, física, química, ciências da vida, conversão de energia, proteção ambiental, medicina e biologia.

Segundo Guillermo Solórzano, professor do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), que presidiu o evento, o Brasil concorreu com outros três países para realizar essa edição do congresso. "Além da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise, sociedades da Suíça, de Portugal e da Inglaterra também apresentaram propostas ao comitê internacional. Achávamos inclusive que a inglesa tinha mais chances, por ser uma instituição mais antiga", conta.

Para o professor, com o congresso os pesquisadores brasileiros tiveram a oportunidade de discutir os últimos avanços e aplicações da microscopia eletrônica. "O impacto na comunidade científica é muito grande. Tivemos contanto direto com os pesquisadores internacionais e também com equipamentos de última tecnologia que foram divulgados em estandes", considera.

A nanotecnologia, segundo Guillermo, envolve a manipulação de átomos e isso se dá em escala nanométrica. Vale lembrar que um nanômetro corresponde a um milionésimo de milímetro. A microscopia eletrônica vem auxiliar a caracterização e localização das nanopartículas.

Segundo, Wanderley de Souza, professor titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ e diretor de Programas do Inmetro, na área da saúde a nanotecnologia pode ser utilizada de duas formas. "Primeiro, no desenvolvimento de equipamentos médicos utilizando nanodispositivos que controlam o movimento de campos magnéticos em supercondutores. Segundo, no preparo de nanopartículas. Neste último caso, podemos ter partículas magnéticas que podem ser associadas às células e às moléculas que poderão ter seu destino traçado por Ressonância Nuclear Magnética quando injetadas em animais", explica.

Ele lembra que também é possível utilizar a nanotecnologia no tratamento de doenças, já que drogas podem ser associadas às nanopartículas. E essas nanopartículas, por sua vez, podem ser direcionadas de forma mais específica para um determinado local do organismo.

O professor Wanderley, que foi o responsável pela coordenação da área de ciências da vida no congresso, conta que o componente biológico do congresso internacional de microscopia foi muito forte. "Tivemos uma conferência plenária e dezoito simpósios que contaram com a participação dos mais importantes microscopistas da atualidade. Duas áreas merecem destaque especial: (1) o uso crescente do que está sendo chamado de 'microscopia correlativa' onde uma mesma amostra biológica pode ser observada por microscopia óptica e microscopia eletrônica, fornecendo dados complementares e (2) a utilização de várias abordagens para obter reconstrução tridimensional das estruturas biológicas. Neste campo destacam-se o uso da tomografia no microscópio eletrônico de transmissão e o uso do feixe duplo na microscopia eletrônica de varredura. Em ambos os casos, se obtêm informações relevantes sobre a estrutura de vários componentes da célula", destaca.

De acordo com o pesquisador, a atividade de nanobiotecnologia no Brasil ainda se encontra em fase inicial, porém ele ressalta que já há grupos trabalhando com nanopartículas tanto para o encapsulamento de fármacos como para sua localização no organismo.

Fonte: Saúde em Movimento / Notisa
Publicado em: 19/02/2011
Fonte:http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_frame.asp?cod_noticia=3763

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